quinta-feira, 5 de fevereiro de 2009

Trabalhar

/
Não há milagre capaz
de me tirar do vinagre.
Não há nada a fazer
a não ser
trabalhar,
trabalhar,
trabalhar.

Secar o suor que escorre da testa
e continuar:
trabalhar,
trabalhar,
trabalhar.

E quando chegar sexta-feira
é melhor que não queira
tentar descansar.
Não há tempo para isso!
é preciso
trabalhar,
trabalhar,
trabalhar.

- E no feriado? Estarei cansado!
- Seja ajuizado! Estás endividado!
Não há nada a fazer,
a não ser
trabalhar,
trabalhar,
trabalhar.

- E quando a fome bater,
o sono sonar,
a saliva escorrer,
a sede secar,
a fome crescer,
o sangue sangrar,
a mente adoecer,
a bexiga apertar,
o que hei de fazer?

- Engula um sanduba,
e beba um café.
Faça um curativo,
seja criativo!
Dê uma mijada
retome a enxada
e fique de pé!

Não adianta nem reclamar.

Não há nada a fazer
a não ser
trabalhar,
trabalhar,
trabalhar.
)

5 comentários:

Bianca disse...

Bela crítica! Gostei!! =]

Bianca disse...

Bela crítica! Gostei!! =]

vieira calado disse...

É.

Trabalhar, enquanto certos marmanjos levam a vida de barriga ao sol!


Um abraço

Anônimo disse...

Fico feliz de não me identificar com isso. Meu trabalho me deixa de barriga ao sol como disse o amigo acima.
Tenho uma amiga que quer publicar alguns poemas, se vc puder dá uma bola... o blog dela é o http://vbeta.wordpress.com/
abç

Aline Gallina disse...

Então, meu rapaz! Essa é a vida que muita gente quer - pobre, literalmente, daquele que nem emprego tem. Essa ainda não é a vida que eu levo, talvez porque além de trabalhar com cultura e me cortarem os planos por "falta de verba", eu ainda eu estudo. Eu quero crescer pra ser uma marmanja de barriga pro sol, mas apenas nas horas vagas.
Um beijão!