terça-feira, 20 de novembro de 2007

Certa amiga, quando irritada comigo,

Sempre me perguntava:

- Porra Caio, por que você não abre logo

uma loja de inconveniências?

Segui seu conselho. Virei poeta.

segunda-feira, 19 de novembro de 2007

Saudades de Madalena

Marinete hoje está diferente:
seus olhos transbordam saudades.
Deitada sob o sol,
a cabeça apoiada sobre as patas cruzadas,
Marinete pensa desesperadamente em Madalena.

Brigaram muitas vezes, é verdade;
Trocavam rosnadas e patadas o dia inteiro
Mas todos sabem que à noite,
longe de olhos humanos e enxeridos,
dormiam entrelaçadas como duas amantes.

Afinal, todo amigo é um amante.

Madalena foi viver em um lugar melhor, também é verdade,
mas nada disso consola
E agora, Marinete olha triste para a tigela laranja
perguntando-se qual a razão de tanta ração.

***

Ps: Esse poema foi selecionado para a 41a Antologia Brasileira de Poetas Contemporâneos, da Camara Brasileira do Jovem Escritor, e deve ser publicado ainda agora, novembro de 2007.